quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Biografia do Brigadeiro Antônio de Sampaio. (PARTE II)

O dia 24 de maio de 2010 assinala os 200 anos de nascimento, em Tamboril - Ceará, do Brigadeiro António de Sampaio, o Bravo dos Bravos da Batalha de Tuiutí que foi a maior batalha campal travada na América do Sul. Ele foi consagrado, pelo Decreto nº 51.429, de 13 de março de 1962, como o Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Arma de Infantaria, a rainha das armas e em cujo seio ele se forjou e se destacou sobremodo como bravo e modelar líder de combate, instrutor e disciplinador da Infantaria Brasileira, à frente da qual, representada pela sua 3ª Divisão - a "Divisão Encouraçada", teve seu glorioso encontro com a glória militar em 24 de maio de 1866, na Batalha de Tuiutí, no dia do seu 56º aniversário. Ali, então, a sua 3ª Divisão se constituiu em fator decisivo para a vitória, em que pesassem os três ferimentos recebidos, que determinaram sua morte, depois de 43 dias de grandes sofrimentos, em 06 Jul 1866, a bordo do vapor "Eponina" próximo a Buenos Aires onde esteve sepultado cerca de 3 anos antes de ser exumado e retornar ao Brasil. Registra-se o fato de quatro cavalos que montou, durante a resistência a todo o custo que liderou, terem tombado por perfurações de balas e baionetas inimigas. E ainda o fato de sua heróica "Divisão Encouraçada" haver concorrido com 33% das baixas brasileiras neste dia, por haver se constituído em ponto chave da defesa aliada. Sampaio chegou de Pernambuco no Rio Grande do Sul ao final da Revolução Farroupilha, aos 35 anos. E no comando da 8ª Companhia, destacada do 4º Batalhão de Infantaria, chegado de Pernambuco para guarnecer a fronteira em Jaguarão, ele foi enviado para a vila de Canguçu. E, segundo os historiadores General Antonio Rocha Almeida, Mallet Jobim e Hugo Ramirez, permaneceu por cerca de 4 anos na então vila de Canguçu, subordinada à Piratini, e como instrumento de consolidação da Paz de Ponche Verde, próximo da citada Piratini e de Caçapava, antigas capitais da República Rio-Grandense (1836-45).O citado Hugo Ramirez, ex-presidente do Conselho em discurso homenagem às autoridades militares do III Exército, (atual CMS) em churrasco na Estância do Minuano, no Dia da Infantaria de 24 de maio de 1971 falou, à certa altura: "Tanto se agauchou esse nobre cearense que casou com dama natural de Canguçu, casando na sede de sua unidade em Jaguarão, formando família com filhos gaúchos, passando a nos amar, depois de nos compreender e se identificar nestas plagas com o mesmo anseio de brasilidade que percorre a nação desde o Amazonas". A concluir-se do General Antônio da Rocha Almeida em Vultos da Pátria, o Capitão Sampaio casou-se em Jaguarão com a jovem Júlia dos Santos Miranda, de Canguçu. Local onde a conhecera, namorara e noivara, durante cerca de 4 anos que ali comandara seu destacamento.Sabe-se hoje que ele teve, como seu Posto de Comando, a cadeia pública, mandada construir em 1843 pelo comandante da Ala Esquerda do Exército de Caxias, que teve aquela, então vila Canguçu, por Base de Operações. Cadeia que só foi demolida cerca de um século mais tarde e que ficava no local onde hoje se ergue o Teatro Municipal. Era subordinado, Sampaio, à 2ª Brigada, esta ao comando do Cel Manoel Marques de Souza III, futuro Conde de Porto Alegre, que seria o seu comandante superior na Batalha de Monte Caseros em 2 de fevereiro de 1852, como comandante da Divisão Brasileira.

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